Em 1972, a Fiat lançou o 127. E sim, foi uma revolução. Não em vão, comparado aos seus antecessores -600 e 850- este tinha o motor em posição transversal dianteira em vez de traseira. Este facto, que, além disso, fez finalmente com que os utilitários da empresa italiana se deslocassem em direção à tração dianteira mais amigável. Em suma, uma mudança radical em que, da época antiga, restava apenas o bloco com quatro cilindros em linha e árvore de cames lateral.
Da mesma forma, o seu chassis rígido e leve permitiu-lhe absorver potência suficiente para apresentar versões desportivas. Por outro lado, abençoado por vocên comportamento dinâmico surpreendente quando a pista se transformou numa sucessão de curvas, deixando para trás as retas onde a força do motor impõe a sua lei sem mais delongas.
Em todo o caso, a verdade é que o 127 foi acima de tudo um veículo eminentemente prático e popular. Além disso, graças a isto obteve excelentes dados comerciais, vendendo mais de 50.000 unidades na Europa em 1975.
Um facto sem dúvida excepcional, que anunciou resultados promissores noutros mercados. Aqueles onde um carro enorme e global pois isso se tornou cada vez mais necessário à medida que a taxa de consumo entre as populações locais aumentava.
Assim, em 1976, a subsidiária brasileira da Fiat lançou a fabricação do 147. Uma versão para a América Latina na qual, baseado no modelo europeu oferecido pela Fiat ou SEAT, foram incorporados alguns detalhes para adaptá-lo às necessidades tropicais.
Para começar, o chassi recebeu melhorias importantes em termos de resistência tanto a choques quanto à ferrugem. E o facto é que, devido ao mau estado do pavimento dos caminhos rurais, tivemos que acrescentar a corrosão inerente ao clima do país sul-americano.
Na verdade, precisamente a versão rústica O 127 – uma espécie de adaptação para estradas montada na fábrica da Lamborghini – importou seus chassis do Brasil para atingir a robustez necessária.
Da mesma forma, em termos de mecânica, as primeiras unidades do 147 foram equipadas com o motor de um litro desenhado por Aurelio Lampredi; uma escolha económica, sólida e fácil de reparar. Resumindo, a combinação perfeita para fazer desse modelo a escolha ideal para o uso diário.
Porém, a verdade é que no final da década de setenta o Brasil já tinha um certo mercado em relação às gamas desportivas. Um nicho comercial onde surgiu a oportunidade de criar uma versão um pouco mais descontraída e aprimorada do 147; tudo isso, aliás, em coordenação com uma variante movida a etanol lançada em 1979. O que, sem dúvida, significou uma excelente adaptação às possibilidades locais em termos de poupança e combustível.
FIAT 147 RALLYE, ESPORTIVO EM CHAVE BRASILEIRA
Já em 1972 a Volkswagen do Brasil apresentou seu SP baseado na mecânica Fusca. Uma dissonância óbvia porque, sob o seu aspecto de desempenho, estava escondido um motor com menos de 70 CV. No entanto, apesar disso, este modelo evidenciou a capacidade da indústria local em criar os seus próprios desenhos com base na cobertura técnica fornecida pelas empresas-mãe.

Em linha com isso, apenas dois anos após o lançamento do 147, a subsidiária brasileira da Fiat ousou apresentar a variante esportiva chamada Rallye. Para isso, sua principal novidade foi a incorporação de um motor de 1.297 centímetros cúbicos alimentado por um carburador Weber importado da Itália para rendendo assim até 72 HP 5.800 rotações por minuto. Tudo isto com um peso de 796 quilos, o que fez do 147 Rallye um veículo certamente interessante se pretende uma condução desportiva em percursos sinuosos.
Além disso, o conjunto foi finalizado com alguns detalhes como o avental dianteiro ou a chapa com que foi protegida a parte inferior do motor. Em suma, no que diz respeito às versões comuns do utilitário, aqui foram ganhos cerca de 20 CV. Razão suficiente para saber que não estávamos falando apenas de aparência, mas também de um ajuste mecânico realmente perceptível. Um ajuste que, no entanto, não salvou o modelo do seu desaparecimento no final de 1981 porque, apesar de algumas alterações epidérmicas desta vez na versão Racing, a procura não parecia corresponder às expectativas.
De qualquer forma, a ideia de um 147 verdadeiramente esportivo não desapareceu aqui. Para começar, a empresa de preparações fundada pelos irmãos Fittipaldi queria fazer algo semelhante ao que a Abarth poderia ter feito embora, infelizmente, apenas algumas unidades pudessem ser produzidas - com até 75 CV, bem como novos ajustes de amortecimento - antes da Fiat parar de fornecer peças.
Sim, Em 1982, a produção do 147 começou na Argentina. Uma ocasião que o lendário IAVA – regado a preparações de performance baseadas em modelos locais da Fiat – aproveitou para lançar a sua versão sorpasso. Aquele de que falámos muito recentemente no artigo correspondente e que, graças aos seus 90 CV baseados em alterações e ajustes exaustivos em termos de rigidez e estabilidade, representa o ápice das variantes desportivas do Fiat 127/147 e, deixe-o ser disse Aliás, um dos Hot Hatches mais interessantes de todos os tempos.