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Le Mans Classic 2022, lendas francesas da competição

Le Mans Classic é um dos melhores eventos para ver os clássicos de corrida em ação. Tudo isso no traçado atual do icônico circuito de Le Mans, podendo admirar em movimento uma infinidade de lendas relacionadas à história desta corrida. Além disso, este ano decidimos dar atenção especial aos modelos franceses

Já dissemos isso muitas vezes. Não há melhor maneira de ver os clássicos do que fazendo o que eles foram criados. Ainda mais se falarmos de clássicos de competição. Aqueles que interpretaram não poucas das melhores páginas do automobilismo em circuitos tão icônicos como Le Mans. Sendo assim, a cada dois anos temos a oportunidade de reviva os momentos históricos desta corrida de resistência no Le Mans Classic. Um dos melhores eventos do calendário europeu para os fãs da competição, colocando no asfalto veículos de inquestionável importância histórica e técnica.

De fato, há apenas três semanas os 13,65 quilômetros da atual pista de Le Mans foram disponibilizados para os clássicos. Poder ver todo um museu sobre rodas onde, honrando a tradição, não faltam partidas eternas ao estilo de Le Mans. Com os pilotos correndo em direção aos seus veículos da margem esquerda do asfalto. Pulando nas cabines para interpretar um dos começos de carreira mais emocionantes e perigosos de todos aqueles que viram qualquer tipo de competição automobilística. Desta forma, a adrenalina é acionada até para o mais leigo. Tudo isso para fazer do Le Mans Classic um show sem paliativos.

Sim, há um problema. E é isso, para onde se pode voltar a atenção quando se está rodeado de tantos ícones das quatro rodas? Ao fim e ao cabo, nesta última edição foi possível ver o Mazda 787B com motor rotativo do Grupo C ou o Carrinha de pão Ferrari 250 GT com seu Kammback traseiro. Bem, já que revisar tudo exigiria um livro volumoso, decidimos focar no país que abriga a pista de Le Mans. França. Por isso, faremos um breve tour por algumas das melhores peças estampadas Panhard e Alpine vistas no último Le Mans Classic. «Prenons la piste!”

PANHARD, ANTES DE VEÍCULOS MILITARES

Com a permissão de marcas como Honda ou Alfa Romeo, a verdade é que os fabricantes franceses têm algumas das melhores histórias industriais no automobilismo. E não, não estamos nos referindo exatamente aos resultados financeiros. Mas ao romanesco e diverso de seus devires. Assim, enquanto Peugeot não se entende sem moedores de café ou bicicletas, Panhard fez carros interessantes antes de se dedicar ao mundo militar depois de ser absorvido pela Citroën. Aliás, já em 1932 começou a ter armas na sua gama de produtos, relegando para segundo plano a produção de carros desportivos.

Após a guerra, no entanto, a Panhard voltou a produzir carros significativos. Mais focado em vendas em massa do que no segmento de maior desempenho, com modelos como o Dyna X. Um utilitário modesto, mas prático adequado para os anos após a Segunda Guerra Mundial, graças ao qual a empresa sobreviveu apesar de sofrer uma mudança radical no tipo de carro a ser produzido. No entanto, obviamente restava algo dessa paixão por circuitos e high-end. Por esse motivo, não apenas as equipes particulares, mas também a própria fábrica adaptou unidades do Dyna X para a competição.

Especificamente para Le Mans. Onde obtiveram importantes sucessos no início dos anos cinquenta. Lucrativo graças ao desenvolvimento mecânico alcançado nas corridas, que reverteu para motores mais potentes para seus modelos de série. De fato, nesse processo o DC Dyna é considerado chave. Criado em 1962 por e para competir em Le Mans, inscrevendo-o na categoria de até 850 centímetros cúbicos com seu boxer twin. Tudo isso levando ao CD padrão e não o contrário. Apenas contrário à norma que dita a modificação de modelos seriais. Evidenciando assim a importância que Panhard continuou a dar às corridas.

ALPINO EM LE MANS CLASSIC, CONECTANDO-SE COM AS ANTIGAS GLÓRIAS

Uma das questões mais interessantes ligadas à ressurreição de qualquer marca é como isso produz um novo interesse em seu passado. No entanto, no caso da Alpine a verdade é que uma memória constante nunca deixou de existir. Ainda mais nas edições Le Mans Classic. E é que, embora tenha resistido a chegar ao topo de Le Mans até que em 1978 o turbocompressor de seu A442 ditou a lei, a verdade é que já nos anos sessenta esteve presente com modelos como o A210. Sucessor do M65 e seu motor Gordini de 1.3 litro por apenas 669 quilos, já aumentou sua cilindrada para um litro e meio em 1966.

Assim, o Alpine A210 tornou-se um dos modelos mais interessantes de toda a história de Le Mans. Certamente uma afirmação surpreendente a princípio, já que não foi uma das primeiras no ranking global. Porém, em Le Mans 1966 ele alcançou um triplo no índice de eficiência. Ou seja, a relação estabelecida entre desempenho, consumo, resultados e deslocamento. Tudo isso saindo de 270 quilômetros por hora com um motor que não ultrapassava 1,5 litros. Sem dúvida um verdadeiro sucesso visto à luz da atual preocupação com consumo e redução de deslocamento.

Além deste e de outros modelos Alpine, no Le Mans Classic pudemos ver uma interessante presença espanhola. E é que, revisando as fotografias de um dos grids de largada, pode-se vislumbrar o Lancia Aurelia B20 GT da Repsol Classic Team. Sempre um veículo muito interessante. Sendo o primeiro grande exemplo de Gran Turismo, adequado nesta unidade para um bom desempenho no circuito graças às suas suspensões mais baixas. Um toque final delicioso para esta breve resenha fotográfica de Unai Ona no Le Mans Classic. Já colocamos o relógio à venda de olho em 2024 porque, lembre-se, essa consulta é bianual.

Fotografia: Unai Ona

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Escrito por Miguel Sánchez

Através das notícias de La Escudería, percorreremos as sinuosas estradas de Maranello ouvindo o rugido do V12 italiano; Percorreremos a Rota 66 em busca da potência dos grandes motores americanos; vamos nos perder nas estreitas pistas inglesas rastreando a elegância de seus carros esportivos; aceleraremos a frenagem nas curvas do Rally de Monte Carlo e até ficaremos empoeirados em uma garagem resgatando joias perdidas.

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