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Mercedes O317, um transporte de corrida para a Porsche

As corridas envolvem uma logística significativa e os caminhões de transporte são parte essencial dela. Bons exemplos são os Mercedes O317 usados ​​pela Porsche nas décadas de XNUMX e XNUMX.

Fotografias Mercedes O317: ROFGO

No mundo das corridas, as regras do show devem ser seguidas. Não surpreendentemente, eles se alimentam de publicidade. Por isso, tudo o que acontece na pista tem que ser marcante, sedutor e até ousado. Sempre com a visão de captar a atenção do público, tornando-se o principal objetivo das empresas responsáveis ​​pelo financiamento de times e campeonatos. Porém, para que tudo isso seja possível é necessária uma logística muito decisiva. Logística que, só com o passar do tempo, acaba chamando a atenção de quem se interessa pela história do automobilismo.

Nesse sentido, um bom exemplo é o Mercedes Renntransporter. Um veículo muito particular, movido pelo mesmo motor de seis cilindros montado no 300 SL. Claramente algo bastante marcante já que poucos, pouquíssimos, foram veículos industriais que compartilharam mecânica com um supercarro de sua época. Porém, no caso deste Mercedes isso foi plenamente justificado. Não surpreendentemente, foi construído para cobrir grandes distâncias no menor tempo possível. Garantindo assim que, apesar de estar em Spa, Nürburgring ou Monza, a equipa de competição da casa alemã pudesse optar por reparações rápidas na própria fábrica.

Graças a isso, o Renntrasporter foi um elemento chave na compreensão do sucesso do "Setas de prata". Com a Mercedes dominando a temporada de F1 durante 1955, graças aos seus W196s dirigidos por Fangio e Moss. Os mesmos que viajaram pela Europa neste transporte. Sucata pela própria fábrica sem ter, desses, consciência de sua importância. Algo que, hoje, é evidenciado pelas múltiplas réplicas daquele veículo tão sofrido. Um deles, aliás, criado pela própria Mercedes-Benz Classic na década de noventa.

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Sendo assim, é curioso ver quantos transportes de corrida ficaram para trás. Muitos deles peças únicas como o Pegaso 902"Bacalao”. Pensado para fazer parte daquele que, com mais financiamento e logística, poderia ter sido um excelente time na Copa do Mundo graças ao Z-102. Além disso, há também as vans de assistência, autocaravanas e carros de fábrica deixados para trás. Uma panóplia estilhaçada em ferros-velhos de onde, felizmente, se salvaram exemplares como o Mercedes O317 preservado no coleção ROFGO. Um dos três que, por volta de 1968, a Porsche passou a utilizar em suas idas e vindas às corridas.

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MERCEDES O317, UM TRANSPORTE EFICIENTE PARA O MUNDO DAS CORRIDAS

Em 1951, a Porsche fez sua estreia em Le Mans como equipe de fábrica graças ao 356SL Gmund Coupé. Um prodígio de aerodinâmica e leveza que, além de vencer em sua categoria, serviu de estímulo para a apresentação do 550 Spyder dois anos depois. Graças a isso, a casa de Stuttgart foi ganhando presença nos circuitos. Um fato acentuado por sua cooperação com várias equipes privadas, que atuou sob o suporte técnico da própria fábrica. Muito pelo contrário do que foi interpretado pela Ferrari. Especialmente ciumenta em relação a qualquer assunto que estivesse além do controle de sua Scuderia.

Assim, a Porsche adquiriu vários caminhões MAN 635 durante os anos XNUMX para uso como transporte de corrida. Adaptados para transportar até três carros com grande quantidade de ferramentas e até seis pessoas, esses caminhões sofridos eram comuns em Palermo, Nürburgring, La Sarthe, Goodwood e Spa. Não obstante, já nos anos sessenta eles se tornaram bastante desatualizados. Ainda mais se levarmos em conta como a Porsche System Engineering se tornou cada vez mais importante em Le Mans com seus 718, 904 e 906. Uma ascensão que culminaria, em 1970, com o icônico 917.

Por causa disso, entre 1966 e 1969, a Porsche comprou três Mercedes O317. Conhecidos por sua solvência e confiabilidade, foram especialmente utilizados por linhas de passageiros urbanas e interurbanas. De fato, até muito recentemente alguns desses robustos alemães ainda podiam ser vistos circulando pelas estradas do Cone Sul. Devidamente convertidos para transporte de corrida pelo encarroçador de Stuttgart Robert Schenk -o mesmo que montou as unidades do DKW 3-6 Monza-, esses Mercedes marcaram uma nova logística para a Porsche. Capaz de transportar até quatro veículos, os Mercedes foram pintados no mesmo marrom dos MAN 635s mais antigos.

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Acima dessa cor, o nome da marca foi exibido em letras prateadas. Coroando a frente com um enorme escudo do mesmo. A esta altura, revendo as imagens da época, a verdade é que pareciam radiantes. Sem dúvida, A Porsche estava levando as corridas de arrancada tão a sério quanto a Ferrari. Claro, como mencionamos antes, sua estratégia era totalmente diferente. Desta forma, ao longo do tempo aqueles três Mercedes O317 foram passando da equipa oficial para equipas privadas cobertas pela fábrica.

Para começar, o primeiro foi emprestado a John Wyer em 1970 para transportar seus 917. Repintado no icônico azul e laranja de seu patrocinador Gulf, passou para a BMW Motorsport em 1972, sendo destruído em algum momento dos anos oitenta. Em relação à segunda unidade, permaneceu nas mãos da Porsche até 1983. Porém, com o passar dos anos, teve que ser pintado e repintado de acordo com o patrocinador a cada momento. O mesmo destino jogado pela terceira unidade, também propriedade da casa de Stuttgart até o mesmo ano.

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Agora, neste ponto, a questão é clara. Qual é a unidade que este artigo ilustra? Pois bem, nem mais nem menos que o segundo, restaurado pela coleção ROFGO ao look que, em 1970, o primeiro usava na equipa Gulf-JW. Algo talvez polêmico porque, afinal, este Mercedes O317 nunca foi pintado assim durante sua vida de corrida. Longe disso, além de ostentar a granada original, teve duas condecorações na época de Martini como patrocinador. Da mesma forma, antes de ser vendido, tinha mais dois relacionados aos cigarros Essex Petroleum e Rothmans.

Mas, seja como for, a verdade é que se trata de uma excelente intervenção porque, à partida, salvou do esquecimento e da ruína uma peça significativa. Também, a colecção em que se mantém é a referência em termos de modelos pintados sob o patrocínio de Gulf. Uma das cores mais representativas da Porsche em competição graças aos anos dourados do 917. Sem dúvida, pura história do automobilismo e, neste caso, também de sua logística.

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Escrito por Miguel Sánchez

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