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MG-Authi 1100, o melhor da produção nacional aguardando o 1300

Com sua suspensão refinada e outros elementos muito bem afinados como a direção, o MG-Authi 1100 representou um marco na produção nacional da época embora, em termos comerciais, seu alto preço representasse um peso significativo.

Para grande parte dos torcedores MG-Authi 1100 Foi um degrau inferior, um degrau anterior, para a chegada definitiva do 1300. No entanto, foi também um dos modelos-chave durante os primeiros anos do malfadado Authi, e foi também um dos “Produção Nacional” mais interessante do seu momento - senão o mais - em comparação com o compromisso da FASA, SIMCA e SEAT com a propulsão traseira.

Porém, contra ele demonstrou certos defeitos que, desde o alto preço até a confiabilidade das primeiras unidades ou seu ruído excessivo durante o funcionamento, prejudicaram sua vida comercial. Tudo isso culminou com o aparecimento em 1968 do SEAT 124 e seu alegre motor italiano com uma conta de cliente claramente mais acessível.

Em suma, questões realmente importantes naquele momento, embora, para dizer a verdade, agora passem para segundo plano. segundo plano diante dos encantos do MG-Authi 1100 como modelo de colecionador.

“Você está começando a entender por que o MG-1100 tem esse preço?” Com esta pergunta esclarecedora, a própria Authi reconheceu o preço elevado do seu modelo face à média do mercado espanhol. Claro que em troca garantiu desempenho e caráter inovador que não eram muito comuns neste mesmo mercado.

E, junto com um interior de muito sucesso para a época, combina o charme da mecânica do Mini com um estilo que deve ao Linha Flórida Assinado por Pininfarina. Objetivamente, e sem entrar em fobias e filias pessoais, um clássico muito mais interessante que o resto da produção nacional relativa ao mesmo período.

A IMPORTÂNCIA DE DEFINIR O QUE É ESPORTE

Deixando de lado os artigos britânicos sobre a MG 1100, o mais interessante de como começar a versão fabricada em Navarra pela Authi de 1967 a 1968 É o teste realizado por Arturo Andrés na revista Speed. Publicado logo após sua apresentação, descreveu o modelo como o “carro mais desejável de produção nacional” embora, ao mesmo tempo, não hesitasse em explicar uma longa lista de defeitos.

Para começar, era óbvio que mesmo com apenas 850 quilos, este britânico não conseguiria entregar o ponto esportivo anunciado pela fábrica. Em qualquer caso, se examinarmos os modelos produzidos em Espanha em 1967, veremos como só o FASA Alpine consegue realmente responder a tal condição.

MG Authi 1100 Salão

Além do mais, precisamente em meados desse mesmo ano, 850 Coupé e, como é fácil de entender apenas observando sua ficha técnica, isso foi "Esportes" desde que ostentasse uma estética tão atraente quanto diferenciada. Só isso. Da mesma forma, embora a coragem de muitos pilotos tenha feito maravilhas com o R8 TS, estes também não obedeceram a uma abordagem de desempenho.

Em suma, truques publicitários que, aliás, hoje são muito mais desavergonhados, classificando-os como “esporte”para um SUV devido a suposto estilo de vida do seu dono. Uma afirmação tão pouco sólida como pensar que a Decathlon atingiu os seus níveis de vendas equipando apenas atletas quando, na verdade, estamos a falar de pose, de aspiração de mudança ou, simplesmente, de algo confortável e barato para estar em casa. Tire suas conclusões sobre o que queremos transmitir em relação ao Veículo Esportivo Urbano.

ENCOMENDANDO O MOTOR QUE VIRIA COM O 1300

Dito isto, em relação ao motor de quatro cilindros de 1098 cc, ele parecia ficar aquém dos seus apenas 57 SAE HP a 5.500 rpm. Estes valores estavam longe do preço exigido pelos concessionários Authi e que, além disso, parecia ansiamos pelas possibilidades do motor com 1.275 cc, carburador duplo e 65 HP já montado na Inglaterra.

O mesmo que, finalmente em 1968, chegou à fábrica Authi para equipar o tão esperado 1300. Naquela época, um substituto do nosso efêmero protagonista. Da mesma forma, a partir do som emitido pela turbina de ventilação Mesmo aquela produzida pelas engrenagens de transmissão, a mecânica do MG-Authi 1100 incomodava demais os ocupantes da cabine.

Ainda mais se, como vimos, não precisassem estar dispostos a viver uma experiência totalmente esportiva. Na verdade, como verificamos em vários testes, esta não foi uma simples percepção de Arturo Andrés.

Longe disso, os próprios meios de comunicação britânicos também comentam esta questão, que hoje não tem importância - é até encantadora dado o contraste produzido com os inócuos elétricos - embora, na época, sim, foi um problema que tal modelo nunca deveria ter sido apresentado.

MG Authi 1100 Pamplona

Além do mais, o fato de o virabrequim ter apenas três suportes. Muito poucos quando o motor arranca em busca de uma velocidade elevada, dando a impressão de ir ao limite das suas possibilidades quando, na verdade, estamos perante uma mecânica sólida e fiável.

De qualquer forma, como nos dizem hoje, os fãs do modelo sabem disso e, por isso, controlam a situação sem se sentirem tentados a mudar de marcha antes do necessário. Claro, em 1967, recém-saído da concessionária, deve ter sido muito diferente.

RETORNA COM O PREÇO

Deixando de lado alguns defeitos - alguns deles resolvidos com o aparecimento do 1300 -, a verdade é que o principal obstáculo à expansão do MG-Authi 1100 no mercado espanhol em 1967-1968 foi o seu preço. Alto, muito alto, este Ficou ao nível do que ficou marcado por um SEAT 1500 inteiro. Sim, um carro menos interessante tecnologicamente mas, ao mesmo tempo, uma referência clara em relação ao tamanho e imagem de prestígio.

Da mesma forma, em relação ao R8/10, o 1100 era cerca de 30% mais caro e, se compararmos com o primeiro SEAT 124 oferecido antes do verão de 1968, até um pouco mais. Por fim, a comparação com o SIMCA 1000 - um pouco pegajosa claro, já que se trata de um design claramente inferior embora, na verdade, igual em deslocamento - deixa o MG-Authi 1100 com uma conta mais alta em 46% em relação à aposta de Villaverde.

Mini
Abaixo do 1100/1300, o Autor ofereceu o popular Mini.

Resumindo: tivemos que valorizar muito os benefícios do nosso protagonista para optar por ele em detrimento da concorrência, a menos, claro, que um piloto determinado a avaliar sua excelência. Excelências que, depois de termos glosado tantos defeitos, vamos agora enumerá-los.

SUSPENSÕES E DIREÇÃO, O MELHOR DO MG-AUTHI 1100

"De todos os carros produzidos nacionalmente, e todos nós os conduzimos, o MG é o que nos dá mais confiança, o que sai com maior margem de segurança psicológica, com maior senso de domínio sobre qualquer situação, prevista ou imprevista, que possa surgir; o carro mais tranquilo para dirigir.”

Com estas palavras, o teste da revista Speed ​​refere-se ao MG-Authi 1100, deixando perfeitamente claro como a estabilidade é o seu grande trunfo. E não é de admirar porque, afinal, componentes como o Suspensão hidrolástica Eles eram muito mais avançados do que o conhecido eixo rígido na traseira, abundantemente montado na linha SEAT.

Baseada num esquema de rodas independentes, esta suspensão utilizou a ação combinada de anéis de borracha e um circuito de fluidos para proporcionar a máxima suavidade ao conjunto. Além disso, cada roda dianteira e traseira do mesmo lado estão conectadas, possibilitando que quando uma sobe o outro desce uma seção equivalente. Desta forma, as irregularidades do terreno são absorvidas de tal forma que o habitáculo permanece paralelo ao solo.

Que tem muito tapete voador e, comparado ao restante da produção nacional do momento, colocou Authi na ponta em relação à dirigibilidade. Se você adicionar a isso o toque do Embreagem hidráulica e a precisão da direção - bastante leve apesar de ser uma nova tração dianteira com tudo o que isso implica se não tiver assistência - temos um modelo capaz de oferecer um elevado grau de conforto no dia a dia.

NO MEIO DESSA PRODUÇÃO NACIONAL

Quando a Authi chegou ao cenário espanhol, apenas a SEAT, a FASA, a Citroën Hispania e a Barreiros-Chrysler estavam envolvidas na produção nacional de automóveis de passageiros. E cara, a verdade é que embora a British Leyland estivesse em pleno declínio - corroída pelos seus problemas económicos com constantes fusões e operações financeiras - a contribuição tecnológica por ela superou o apresentado pelas demais marcas.

É claro que, como vimos, os preços de venda pesaram sobre uma série de modelos que, além do Mini, se situavam num segmento muito exclusivo para a maioria dos compradores do momento. E o facto é que, embora o MG 1100 tenha sido o carro mais vendido no Reino Unido, inserido no mercado espanhol as suas possibilidades comerciais eram muito diferentes.

Da mesma forma, o aparecimento do SEAT 124 em 1968 - confirmando a evolução da marca nos segmentos médios depois de ter vendido quase meio milhão de 600 unidades – representava concorrência óbvia aos modelos Authi; bastante mais refinado em questões mecânicas e acabamento - o 1100 foi o primeiro modelo a ter bancos de couro como padrão no mercado nacional - embora também bem mais caro.

HOJE

Porém, agora tudo isto pouco importa quando se considera a ideia de adquirir um destes MGs fabricados em Navarra como veículo de colecção. Na verdade, décadas após o seu aparecimento, as suas virtudes Eles parecem encantadores, ainda mais se tivermos em conta como estes constituem o veículo de produção nacional mais interessante da época, sem ter em conta o carisma popular atribuído ao SEAT.

É claro que, tal como em 1967, o ponto de impulso extra fornecido pelo seu sucessor, o MG-Authi 1300, é possivelmente desejado.

Fotos da fábrica Authi: Juan Miguel Pando Barrero (Arquivo Pando, IPCE, Ministério da Cultura e Esportes).

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Escrito por Miguel Sánchez

Escrevo para La Escudería há quase sete anos; um momento em que analisamos o mercado clássico, buscamos raridades e tentamos entender muitos aspectos técnicos.

Eu ficarei deste lado do teclado se você ficar ligado do outro lado da tela.

PS: Se você quiser me dar um Lancia ou um Triumph, eu ficaria grato, mas ficaria mais animado se você colaborasse com a revista.

Lembre-se, mesmo contrariando o tão apregoado espírito de vocação que impera na corporação dos editores, a verdade é que uma imprensa especializada só se sustenta com jornalistas profissionais.

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